terça-feira, 21 de abril de 2009

DE ONDE VEIO O NOME "TIETÊ"



ANHUMA - ANHEMBI

O Tietê, nem sempre se chamou Tietê. Até as primeiras décadas do Século XVIII ele era o Anhembi, nome de origem indígena, registrado e explicado pela primeira vez pelo viajante e Governador do Paraguai, D. Luiz de Céspedes Xeria: "Anhembi quer dizer rio de unas aves animais" - aves que causavam espanto ao europeu com seu unicórnio frontal, os esporões das asas, os pés desproporcionalmente grande e o grito que, segundo o Padre Anchieta, fazia pensar num burro zurrando.

Em Caminhos e Fronteiras, Sérgio Buarque de Holanda nos confirma que "Anhembi quer dizer rio das Anhumas ou de Anhimas", aves que desde o início do povoamento eram procuradas pelos caboclos, que buscavam nelas o remédio ou preservativo para toda sorte dos males, "Especialmente do unicórnio, mas também dos esporões e até dos ossos, em particular dos ossos da perna esquerda, faziam-se amuletos e mezinhas contra ramos de ar, estupor, mau-olhado, envenenamento e mordedura de animais".

Há os que viam em outras espécies a origem do nome. Para Teodoro Sampaio, Anhembi significaria perdiz, ave que existia em grande quantidade nos campos de Piratininga.
Em 1748, o nome Tietê foi pela primeira vez registrado cartograficamente, no Mapa D'Anville. Referia-se apenas ao trecho situado entre a nascente do rio e o salto de Itu, mas acabou por prevalecer sobre o resto.

Ainda naquele século, o nome Tietê foi associado, por José Gonçalves Fonseca, às aves conhecidas por tetés, semelhantes aos pintassilgos, que eram muito comuns nas margens.
Mais tarde, Teodoro Sampaio levantou duas hipóteses: Tietê viria de tiê, a voz onomatopaica de uma família de aves das quais fazem parte o tié-piranga e o tié-juba ou viria da junção de ty - águas, líquido, vapor e ete - verdadeiro -, significando rio bastante fundo, rio verdadeiro -, tratava-se do primeiro curso d'água considerável que o forasteiro encontrava ao penetrar no sertão.

Em 1929, Plínio Ayrosa, em parecer para o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, contestaria essa hipótese, afirmando que o nome Tietê não era indígena, mas dado pelos portugueses, mesmo porque, nem pelo seu volume, nem pela comparação com outros cursos d'água, os índios seriam levados a atribuir-lhe o significado de rio grande.

Tietê, rio das anhumas, e também das perdizes, dos veados, dos tetés, dos tiés: qualquer que seja a origem do nome, todos nos remetem à fauna abundante que habitava suas margens.

Fonte: www.tratamentodeagua.com.br

Postado por João Elias, em 21 de abril de 2009

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