quarta-feira, 27 de maio de 2009

ÁUDIOS DA RÁDIO ELDORADO SOBRE O PROJETO TIETÊ


Exposição destaca o Rio Tietê na Semana Mundial da Água
A mostra itinerante "Projeto Tietê" fica em cartaz no Palácio da Justiça de São Paulo.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=C0209D9EAE684151A3246FC144CCF79B

Cidades que poluem o Tietê podem fazer parte da terceira fase do projeto de despoluição do rio
O projeto de despoluição do rio Tietê ganhou o prêmio Panamericano de Desenvolvimento Social.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=169A40D358274D2A95D549D9FCE0599C

Flávio Perez, repórter da Eldorado, que percorreu o rio Tietê da nascente à foz, de Salesóplis...até a união do Tietê com o rio Paraná.
Acompanhe aqui o 1ºcapítulo da Série Especial: Expedição Tietê Século 21. O repórter Flávio Perez percorreu o Tietê da nascente a foz e traz neste especial, fatos e informações sobre o Rio mais conhecido de São Paulo.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=8EB698F2FADC467395CC2A3B1D0612E6

Confira aqui o 2º capítulo da série especial: Expedição Tietê Século 21. A mancha de poluição do Tietê na região Metropolitana de São Paulo reduziu nos últimos anos, mas de maneira ainda insignificante.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=90CC2E0B5EEF4768B45FDF43035D4CE4

Acompanhe o 3º capítulo da série especial: Expedição Tietê Século 21. Água doce é um recurso finito e deve ser preservado.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=94475F359823433881A411C2EBD02FF5

Ouça o 4º capítulo da série especial: Expedição Tietê Século 21. A cana-de-açúcar é a principal fonte de renda das cidades banhadas pelo Tietê, na região Oeste de São Paulo.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=E2B3784BE68840F9AE4298AC3AC6B3B3

Confira o 5º capítulo da série especial: Expedição Tietê Século 21. Cidade que sujam o Tietê, como Guarulhos buscam verbas do PAC para iniciar o tratamento do esgoto.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=7E96AC53AE9A4CADBC29DFA8D5607F0A

Termina a Expedição Tietê do Século 21 em Itapura, interior de SP. O repórter Flávio Perez chegou à foz do principal rio de São Paulo, quando há encontro com o Rio Paraná.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=04177832FBDC421DBBCCB9BFB8D8E610

Transporte de carga pela bacia Tietê cresce 6% no 1ºsemestre de 2008. O principal produto transportado pelo Rio Tietê é a soja. No entanto, especialista ressalta que o potencial da bacia é bem maior do que o utilizado atualmente.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=D3AA5A591C374F4589897FD9E2150B7D

BID confirma repasse de US$600 milhões para a 3º fase do projeto de despoluição do Tietê.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=DC93004D5B6647BE9784B28CC0D9071F

PLANETA comenta proposta de tornar Rio Tietê navegável. O objetivo da proposta do governo do Estado é criar um hidro anel metropolitano para o transporte de cargas.
http://int.limao.com.br/eldorado/audios!getPlayerAudio.action?destaque.idGuidSelect=7F0129DD06FB4D50B92D1B59878E2B14

Postado por João Elias, em 27 de maio de 2009.

sábado, 23 de maio de 2009

NOSSA VISITA AO "VIVA A MATA 2009"

Estivemos no dia 22 de maio de 2009, no "Viva a Mata", no Parque do Ibirapuera - SP, evento organizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, especificamente para assistirmos a Palestra sobre o Projeto Tietê.















MARIO CESAR MANTOVANI - DIRETOR DE MOBILIZAÇÃO DA FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA
Abriu a palestra falando da participação da SOS no Projeto Tietê e frisou a importância da conscientização e participação da população no processo e da necessidade de uma educação ambiental mais efetiva.


ANDREA FERREIRA - RESPONSÁVEL PELO PROJETO TIETÊ NA SABESP
Falou sobre o Projeto Tietê, os números da primeira e segunda etapa, apresentou o que foi realizado até agora, os valores investidos e apresentou a terceira etapa do projeto, a qual tem prazo de término previsto para 2015.


Além desta palestra muito interessante, onde enriquecemos nosso conhecimento sobre esse projeto, vamos agora atrás de uma grande entrevista, aguardem!!!

Postado por João Elias e Ramon Vicente Ruiz Busiz, em 22 de maio de 2009.
Fotos: João Elias

sábado, 16 de maio de 2009

UM DOS VOLUMES DO ABAIXO ASSINADO QUE RESULTOU NO PROJETO TIETÊ






Postado por João Elias em 16 de maio de 2009
Fotos: João Elias

ENTREVISTA - VINICIUS MADAZIO - NÚCLEO UNIÃO PRÓ-TIETÊ


Vinicius Madazio – Formado em Comunicação Social pela ESPM e Geografia pela USP. Educador Ambiental, atua na área desde 1997 e possui experiência em projetos desenvolvidos por ONGs ambientalistas e também na formação de professores, educadores e agentes multiplicadores. Na Fundação SOS Mata Atlântica, junto com Maria Luiza Ribeiro, é responsável pelo Programa Núcleo União Pró-Tietê e Observando o Tietê e pelo site Rede das Águas, braço da Fundação SOS Mata Atlântica na questão dos recursos hídricos.

Vinicius Madazio concedeu esta entrevista em 08 de Maio de 2009, na sede da Fundação SOS Mata Atlântica.

Por João Elias
Foto: João Elias

O1- Fale um pouco sobre o Núcleo União Pró-Tietê e como tudo começou?
Bem, em 1991, a Rádio Eldorado em conjunto com a BBC de Londres, fizeram um programa para falar da situação do Tietê, comparando com o Rio Tâmisa, em Londres, o qual já foi poluído e voltou a viver. Um repórter em cada rio, trocando informações e impressões.
A participação da sociedade impressionou, muitas ligações para a Rádio, muitos telefonemas, telegramas, cartas, enfim, todos querendo participar com idéias, críticas e sugestões e diante dessa grande resposta da população, a SOS Mata Atlântica criou o Núcleo União Pró-Tietê.
Junto com a Eldorado, resolveram então documentar esta manifestação, o que gerou um abaixo assinado de mais de 1.200.000 assinaturas, todos pedindo por atitudes em relação ao Tietê.
Com este documento em mãos, o Governo foi pressionado e se viu obrigado a dar uma resposta e nasce o “Projeto Tietê”, o maior projeto de saneamento, visando à despoluição do Tietê, um Projeto sob a responsabilidade da Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.

02- Quais as responsabilidades do Núcleo União Pró-Tietê ? Como é sua atuação?
O Núcleo União Pró-Tietê é o parceiro do Projeto Tietê e ficou responsável pela educação ambiental e conscientização da sociedade e em 1993, já monitorava a água do Rio Tietê em 70 municípios.
Sabíamos que para o sucesso de um projeto deste porte seria necessário o envolvimento e participação da sociedade e foi idealizado um novo programa, o “Observando o Tiete”, para que as pessoas voltassem a entender o rio e percebessem os seus encantos e a sua importância.
A mobilização utiliza o monitoramento da qualidade da água dos rios como instrumento de sensibilização e inclusão social na gestão integrada dos recursos hídricos.
Hoje são aproximadamente 150 grupos, espalhados por todo o Estado de São Paulo, formados principalmente por alunos, professores, diretores de escolas, lideranças comunitárias, Ong’s, pesquisadores, enfim, todos voluntários, unidos e mobilizados em defesa do meio ambiente.
Os grupos se relacionam, trocando informações e experiências e periodicamente tem a oportunidade de se encontrarem nos eventos que realizamos.
Cada grupo é composto por várias pessoas e eles vão aumentando dia a dia e o mais importante é saber que somos muitos e estamos crescendo, nos multiplicando.
Os grupos voluntários recebem um curso/palestra de capacitação e kits completos de análise da água, os quais chegam a resultados confiáveis, muito próximos aos realizados em laboratórios.
São 150 pontos do Tietê em observação, desde a nascente até a sua foz e esses grupos fazem a coleta mensal da água, fazem a análise e enviam os resultados via internet, alimentando o banco de dados central do programa, à disposição no site www.rededasaguas.org.br
Pelo teste é analisado o oxigênio dissolvido, o nitrogênio amoniacal, fosfato, potencial hidrogeniônico, a demanda química em oxigênio, coliformes totais, coliformes fecais e ph.
Com este programa, parte da sociedade se mantêm envolvida e mobilizada e participam de forma ativa no processo da recuperação.

03- Hoje é dito que o principal poluidor do Tietê deixou de ser as indústrias e passou a ser o esgoto residencial sem tratamento e o lixo jogado nas ruas. No que se refere a educação ambiental, é percebido resultados positivos nas regiões onde estão atuando ? Estão conseguindo a mudança de atitudes e hábitos? As famílias tem cuidado melhor do lixo, tem optado pela reciclagem e coleta seletiva?
A população tem sim uma grande parcela de culpa na atual situação do rio, mas a mudança de costumes é muito complicada e muito lenta.
O tema tem uma importância vital e mereceria uma atenção maior do poder público e da mídia e aí sim, com campanhas periódicas, teríamos mudanças mais perceptíveis, em uma escala muito maior e não apenas atingindo os grupos ambientalistas que estamos formando.
As grandes empresas, os bancos estão cada vez mais se envolvendo com os problemas do meio ambiente e temos visto campanhas em todos os veículos, porém, todas falando em salvar o planeta e algumas adotando a defesa da Amazônia.
Essas empresas estão disseminando a idéia da reciclagem, usando papel reciclado, enfim, isto já é bastante positivo.
Quanto ao Tietê especificamente, infelizmente não temos visto nada, pois se existissem campanhas publicitárias neste sentido, os resultados e a conscientização aconteceriam mais rapidamente e seriam mais perceptíveis.

04- Na Capital de São Paulo, ainda nos deparamos com muita sujeira pelas ruas, córregos e rios. O Núcleo atua forte na Capital? Se sim, porque os resultados não são expressivos?
Como mencionamos, precisaríamos de uma maior participação do poder público e da mídia para atingirmos a sociedade.
Quando se fala em São Paulo, os números são astronômicos e é muito difícil resultados práticos apenas com os eventos e ações que realizamos.

05- Passados 17 anos do lançamento do Projeto Tietê, como o Núcleo analisa os resultados já obtidos?
Bem, as mudanças realmente estão acontecendo, novas estações de tratamento de esgotos construídas e algumas em construção, milhares de ligações de esgotos foram feitas e tudo sendo enviado para as estações e isto já é percebido no rio, na qualidade da água que analisamos mensalmente.
Sabemos que o Projeto Tietê terá que ser um programa contínuo, pois à partir do momento que as obras forem finalizadas ainda vai demorar um tempo para o rio voltar a viver.
Depois de vivo, as cidades continuarão crescendo, novas casas e prédios construídos, novas empresas, enfim, o poder público terá que continuar fazendo as ligações para coleta de esgoto e o devido tratamento.

06- Quanto a qualidade da água analisada pelo Núcleo, os resultados são satisfatórios? Que dados poderiam nos fornecer?
Sim, como mencionamos, estamos percebendo que realmente a qualidade da água do Tietê no interior está melhorando gradativamente, resultado já do Projeto Tietê.
As aves estão voltando, os peixes estão surgindo em pontos que não existiam mais, enfim, está tudo dando certo.
A população também precisa fazer a sua parte e colaborar não jogando lixo no rio, nas ruas, nos córregos e se conectando a rede de coleta de esgotos.

07- O que seria necessário neste momento para acelerarmos os resultados positivos?
Nos pontos onde são retiradas sujeira do Tietê, percebe-se que 30% do material é lixo que certamente foi jogado pelas ruas ou diretamente no rio; garrafas pet, pneus, papel, sacolas plásticas, embalagem de doces e salgadinhos e até animais domésticos mortos.
Quanto a coleta de esgotos, a população precisa se conectar a rede de esgotos e aqueles que ainda não tem ligação deveriam aderir e não o fazem porque sabem que a conta de água irá dobrar.
A Sabesp cobra a água que fornece e sabendo que ela retornará como água usada, água suja e esgoto, cobra também pela coleta.
No caso das classes menos favorecidas em São Paulo, a Sabesp poderia pensar em subsídios, estímulos para que um número maior aderisse.
É importante saber que cada R$ 1,00 gasto em saneamento, se economiza R$ 5,00 com saúde, portanto, é melhor gastar com saneamento do que com internações e medicamentos.
Agora, o problema não ocorre só com a classe menos favorecida não, pois tem grandes condomínios que optam por fossas nos seus terrenos.
Periodicamente contratam empresas para recolherem os dejetos e aí é que começa o problema, pois nem todas empresas são sérias e levam esses dejetos até as estações de tratamento, despejando em qualquer córrego pelo caminho.

08- A imprensa tem noticiado que em Itú e Salto já tem peixes. Esta informação é verdadeira?
Sim, sabemos que na cidade de Salto os peixes já estão voltando e se reproduzindo naquele trecho do Tietê e os pescadores já voltaram a atividade, paralisada em 1990, porém, consideramos isto um risco, pois a água naquela região ainda tem uma carga muito grande de poluentes, o que contamina os peixes, tornando a carne imprópria para o consumo humano.

09- Também saiu na imprensa que a mancha de poluição do Tietê está recuando. O Núcleo confirma esta informação?
Sim, a informação é real e a mancha já recuou até a Cidade de Anhembi e Salto e a tendência agora é ir recuando gradativamente e limpando o rio por completo.

10- Dizem que em 2011 ou 2012 já teremos peixe no rio Pinheiros. O Núcleo acredita nesta afirmação?
Não, este é um prazo muito curto e não acreditamos quem em dois ou três anos o Pinheiros volte a ter vida. Muita coisa ainda tem que ser feita e por enquanto acreditamos que somente as capivaras darão o ar da graça naquelas águas.

11- Além do Alto Tietê, o Núcleo acompanha a qualidade da água nos demais mananciais da Grande São Paulo, Guarapiranga, Billings e Cantareira?
Sim, tem grupos em cada um desses locais e estamos sempre nos envolvendo em campanhas, principalmente na Guarapiranga e Billings, as duas com maior problema de moradias irregulares.
Nas duas represas a qualidade da água vem piorando ano a ano, tendo em vista este aumento populacional, lixo e esgoto despejados diretamente nas suas águas.
No Alto Tietê a situação está sob controle, porém, os organismos tem que ficar de olho, pois em regiões próximas a Cantareira, iniciou-se uma especulação imobiliária e muito esgoto e lançado nos córregos sem nenhum tratamento.

12- O que o Núcleo poderia dizer quanto ao descaso com os mananciais, onde hoje a população mora praticamente dentro das represas Guarapiranga e Billings? O que deveria ser feito?
Na Guarapiranga já são mais de 800 mil pessoas no seu entorno e na Billings mais de 1 milhão e 200 mil pessoas.
Tardiamente, as autoridades estão tomando as providências e tirando essas pessoas dessas áreas, realocando em outros pontos da Cidade.

13- Quanto ao Projeto Tietê e as afirmações de que na Região Metropolitana de São Paulo, o Rio estará despoluído em 25 ou 30 anos. O Núcleo acredita nesta prazo?
Provavelmente o prazo será bem maior, pois ainda tem muita coisa a ser feita e a sociedade precisa fazer a sua parte.
A Sabesp fazendo a sua parte, coletando e tratando pelo menos 90% do esgoto residencial e industrial que chega ao Tietê, já resolverá boa parte do problema.
Feito isto, o rio não terá o mau cheiro de hoje, a água estará bem mais limpa, mas ainda terá muita sujeira, principalmente aquelas jogadas pelas ruas ou diretamente no rio.
Talvez isto mude dentro de uns 10 ou 15 anos, quando a população perceber que realmente o rio estará ressuscitando e neste momento, acreditamos que o envolvimento da mídia e da sociedade será maior.
O Governo e Prefeitura da época, certamente lançarão campanhas neste período e algumas empresas se envolverão e desta forma sim, tocará a população e ela irá participar mais efetivamente, pois perceberá os benefícios que o rio trará para as Cidades e para elas próprias.
Acreditamos que em 25 anos, em São Paulo o rio já uma água mais limpa, já poderá ter alguns peixes e poderemos ter alguns atrativos como passeios de barcos por exemplo, agora, ainda será impróprio para o nado e para a pesca por exemplo.

Postado por João Elias em 10 de Maio 2009

quinta-feira, 14 de maio de 2009

ENTREVISTA - PAULINA CHAMORRO - RÁDIO ELDORADO



Paulina é Jornalista especializada em comunicação ambiental, formada pela FMU-FIAM.
Trabalha a mais de dez anos na área sócio-ambiental e foi assessora da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica / UNESCO, articulando a comunicação nos 17 estados brasileiros que possuem o bioma.
Integrou a tripulação do Projeto Mar sem Fim, que percorreu do Oiapoque ao Chui a costa brasileira de veleiro, como repórter e produtora.
Foi responsável pela pesquisa de campo para o livro do renomado fotógrafo Araquém Alcântara, Mar de Dentro.
Hoje, está completando sete anos na Rádio Eldorado e é a Coordenadora de Meio Ambiente e Cidadania da emissora.
Desenvolveu diversas séries de reportagens especiais para a Rádio, com matérias investigativas, sempre com o foco no meio ambiente.

Paulina Chamorro concedeu esta entrevista em 11 de Maio de 2009, na Rádio Eldorado, em São Paulo.

Por João Elias
Foto: João Elias

O1- Fale um pouco do envolvimento da Radio Eldorado com o Projeto Tietê. Como tudo começou?
Na verdade, tudo aconteceu por acaso. Em conjunto, BBC de Londres e Rádio Eldorado, estávamos fazendo uma pauta normal, sobre meio ambiente, sobre a situação do Rio Tietê.
Após a inserção da matéria fomos surpreendidos com uma avalanche de ligações, cartas, telegramas, enfim, milhares de pessoas querendo falar, querendo se manifestar. Percebemos ali uma grande oportunidade de levarmos o assunto até o conhecimento das autoridades.
Em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, vimos que deveríamos primeiro documentar tudo isto e tiveram a idéia do abaixo assinado e novamente, para nossa surpresa “a coisa” tomou um tamanho descomunal e chegamos a mais de 1.200.000 assinaturas, perto de 10% da população da Cidade, todos desejando vida ao Rio Tietê.
Diante deste protesto expressivo, o Governo decidiu se mexer a lançou o Projeto Tietê, o qual tentaria devolver o rio vivo novamente para a sociedade.

02- E nos dias de hoje, como é o envolvimento da Rádio? Existe um Depto ou pessoas responsáveis em acompanhar o Projeto? Se sim, quantas são e o que fazem?
Na verdade não temos uma equipe específica trabalhando em cima do Projeto Tietê. Estamos ligados e acompanhando tudo o que acontece e o que chega até nós, se for interessante, vamos checar, vamos cobrir.
No ano passado, 2008, lançamos a “Expedição Tietê Século XXI” e o repórter Flávio Perez percorreu os mais de mil quilômetros da extensão do Tietê, da nascente até a foz, isto tudo durante uma semana, de carro e bicicleta.
Tínhamos boletins diários e ele entrava ao vivo no ar e passava as suas impressões.
Enviava fotos e textos, falando sobre tudo o que presenciava em cada trecho do Tietê.
O objetivo era traçar um comparativo com 18 anos atrás e conhecer as expectativas para o rio neste século.
Hoje, nossa parceira, a SOS Mata Atlântica é que faz um acompanhamento mais de perto e monitoram a qualidade da água em diversos pontos do Tietê, com equipes voluntárias em quase 70 cidades.
A Eldorado lançou o Programa Planeta Eldorado, que vai ao ar aos Domingos, às 10h e aborda vários temas sobre meio ambiente e temos o “Continuamos de Olho”, boletins semanais na Eldorado AM e FM.

03- Existem equipes, repórteres visitando pontos do Rio periodicamente? Se sim, quais as regiões visitadas e qual a periodicidade?
Não, hoje a equipe é bem enxuta e trabalhamos em cima da notícia e se algo importante acontece e chega até nós, aí sim, enviamos uma equipe para cobrir.
Como mencionamos anteriormente, fizemos a expedição e tudo foi devidamente analisado, fotografado, relatado, um verdadeiro raio x da situação atual do Tietê e pode ser que façamos novamente e desta forma, estaremos acompanhando tudo que está acontecendo.

04- Após a visita, o que é feito? Relatam em um programa e vai ao ar?
Dependendo do ocorrido, a matéria poderá ser utilizada pela Rádio Eldorado AM e FM, nos Jornais e Sites do Grupo.

05- A Eldorado mantêm algum contato com os órgãos públicos envolvidos para apresentar críticas e sugestões? Se sim, como isto funciona e qual a respostas desses organismos?
As vezes ocorrem reuniões com a Sabesp, onde levamos os assuntos e vamos em busca de respostas para a sociedade. Quando outros órgãos nos convidam, uma equipe é deslocada para participar de eventos, seminários, fórum, enfim, se o assunto for interessante e estiver relacionado com o meio ambiente, alguma equipe da Eldorado estará lá.

06- No que se refere a educação ambiental, a Eldorado mantêm algum programa neste sentido? Se sim, como funciona, dia, horário?
Hoje temos o “Continuamos de Olho”, boletins semanais, sendo três na AM e três na FM.
No ano de 2000, lançamos em São Paulo, o “Pintou Limpeza”, um projeto visando basicamente a conscientização pela reciclagem e coleta seletiva do lixo, com boletins e informes que ecoam pelas ondas da emissora.
Os boletins passam dicas de atitudes individuais positivas para o meio ambiente, para o planeta e os ouvintes da rádio participam e interagem conosco via fone, email e por carta.
São oito boletins diários, sendo quatro na AM e quatro na FM.
Distribuímos kits para Escolas e Empresas interessadas, as quais ganhas as lixeiras ecologicamente corretas para a coleta seletiva.
Este projeto ganhou até um site www.pintoulimpeza.com.br
A Eldorado lançou também o Programa Planeta Eldorado, que vai ao ar aos Domingos, às 10h e aborda vários temas sobre meio ambiente.

07- Como a Eldorado analisa os resultados do Projeto Tietê?
São bastante positivos, tem muita coisa ainda por fazer, mas o que já fizeram já mostra resultados super positivos. Imagine então, quando estiverem finalizando o projeto e a grande maioria do esgoto sendo coletado e tratado antes de ser lançado nos rios.
Estamos bem otimistas, certos que o caminho é este e que os resultados virão.
Só não pode é as obras serem paralisadas e os próximos Governos terão que dar andamento a tudo isto, caso contrário, serão milhões de dólares jogados no ralo.

08- Vocês ficaram sabendo sobre a existência de peixe na região de Itú e Salto?
Sim e confirmamos esta informação e a notícia saiu em um veículo nosso, o jornal Estado de São Paulo e na época, uma equipe nossa foi até lá e pode constatar que os pescadores já estão tirando peixe do Tietê, um sinal de que as coisas estão acontecendo, pois desde 90 que não pescavam nada por lá e isto é bastante animador.

09- Quanto a diminuição da mancha de poluição nas águas do Tietê, a Eldorado também tem conhecimento desta notícia?
Fomos nós que noticiamos, o Estado de São Paulo publicou e uma equipe também foi até a Cidade de Anhembi e constatou que a mancha recuou uns 120 quilômetros e com esses dois acontecimentos, percebemos que vale a pena e não podemos parar.

10- Dizem que em 2011/2012 já teremos peixe no rio Pinheiros. A Eldorado acredita nesta afirmação?
De forma alguma. O Pinheiros ainda tem sérios problemas e também merece uma atenção especial, primeiro por desaguar no Tietê e hoje, por ter em suas margens grandes empresas, as principais empresas de tecnologia estão por ali, recebendo grandes clientes e com a inauguração da Ponte ??? a região virou um cartão postal da cidade e aquele mau cheiro não combina com tudo isto.

12- O que a Eldorado diria quanto ao descaso com os nossos mananciais, principalmente a Guarapiranga e a Billings?
O Instituto Sócio Ambiental – ISA, lançou uma campanha “De onde vem a água que bebemos” e mostra justamente está situação deplorável, mas parece que as autoridades estão se movimentando no sentido de recuperar toda esta área degradada e invadida.

13- Quanto a afirmação de que o Tietê estará despoluído em 25 ou 30 anos. A Eldorado acredita nesta prazo?
É possível sim. Se tudo continuar no ritmo que está acontecendo, se as obras não forem paralisadas seria possível. Certamente a água estará bem mais limpa, sem mau cheiro e o rio já poderá ser utilizado para passeios. Para natação e pesca acreditamos que o prazo é curto.

14- Tem alguma informação importante que não foi questionada e que gostaria de falar?
Gostaria de ressaltar que o Grupo Estado participa da compensação de emissão de CO2 e só no ano passado, plantamos mais de 700 árvores, o que nos deu direito a certificação e nosso selo.
A SOS Mata Atlântica é que ficou responsável pelo plantio para nós e tudo foi transformado em mata ciliar, recompondo áreas degradas nos principais rios de São Paulo.

Postado por João Elias, em 14 de maio de 2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

ENTREVISTA - RICHARD HIROSHI OUNO - CETESB


Richard Hiroshi Ouno é Diretor de Controle Ambiental da CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

Richard Hiroshi é Engenheiro Químico, formado na escola Politécnica da USP(1977)e com especialização em Engenharia Ecológica na Fundação Armando Álvares Penteado.
Na Cetesb, onde trabalha há 31 anos, já foi Engenheiro da Área de Engenharia (Apoio às atividades do Controle), Gerente da Coordenadoria de Ações Técnicas em Poluição das Águas da Diretoria de Controle, Gerente da Regional da Bacia do Alto Tiête III da Diretoria de Controle, Assistente Executivo da Diretoria de Controle de Poluição Ambiental e atualmente é o assessor da Diretoria de Controle Ambiental.





Entrevista dia 11/05/2009 na sede da CETESB.

Por Ramon Vicente Ruiz Busiz



1) Com relação ao Projeto- Tietê, a CETESB ficou responsável pelo acompanhamento das empresas poluidoras.
Existem empresas ainda poluindo o rio, o que está sendo feito em relação à elas? Foi dado um prazo? Foi aplicado uma multa? Quando a situação se resolverá?

No início, a CETESB foi atrás de 1250 empresas para fazer as avaliações.
O acompanhamento já vem sendo feito semestralmente até o último relatório de Junho de 2008, praticamente quase todas já atenderam a legislação.
Foi aplicado uma multa, que é variável, temos um critério, procedimentos que depende de localização, em lugares mais nobres, os valores são mais elevados, então o senso administrativo de multa, de autuação, pode chegar até 5 mil UFESP (unidade fiscal do estado de são Paulo), cada UFESP corresponde a R$ 15,85.
Se a empresa lança alguma coisa que faça com que ocorra o rompimento de captação de água, como no Alto Tietê, a empresa leva uma multa gravíssima, se for na região metropolitana de São Paulo como o Tatuapé, a multa é mais simbólica do que uma penalidade (200 UFESP, 300 UFESP).
Nosso processo de autuação, menos os casos gravíssimos, primeiro ocorre uma advertência e depois a multa, é dado um prazo pra a empresa se regularizar, como o projeto Tietê, por exemplo, foi dado um prazo de dois anos.

2)Qual o valor gasto de 1992 até 2009 e qual a previsão de gasto até o final da obra?
Na nossa participação, não temos codificado, quanto gastamos, porque está dentro da nossa rotina. Hoje a nossa continuidade do Projeto-Tietê é fazer a fiscalização normal e o governo que banca toda essa despesa.
O Projeto 2 do Tietê teve uma verba de US$ 5 milhões de dólares, que a SABESP iria repassar para a CETESB, do qual não recebemos nada. Os objetivos da SABESP são diferentes dos da CETESB, por isso saímos do Projeto 2.
Desses US$ 5 milhões de dólares, US$ 2.800 milhões seriam para fazer o acompanhamento das empresas e para as empresas serem caracterizadas, isto é, pegar todas as informações dessas empresas, desde os funcionários, que tipo de despejo, fazer uma caracterização.

3) Na visão da CETESB, por que o projeto do Tietê só foi criado depois da matéria na rádio Eldorado?
Temos que estar juntos não somente com o controle da poluição industrial e sim juntos com o esgoto, o lixo dentro de um contexto de governo, não adiantava simplesmente controlar a poluição industrial e deixar o esgoto doméstico sem tratamento.
A parcela de poluição causada pelo esgoto doméstico é muito maior que a poluição causada pelo setor industrial e nós temos uma ação mais direta com o setor industrial.
Sem dúvida a rádio Eldorado teve uma grande participação para começar esse projeto porque toda movimentação de uma sociedade começa com um veículo de comunicação, nada é feito sozinho.

4)Quanto à despoluição do Tietê, a CETESB acredita que em 30 anos, já poderemos nadar ou pescar na região metropolitana de São Paulo?
Isso depende da SABESP, em termos de parâmetro industrial, temos um controle de qualidade em vários pontos do Tietê, desde o início até os pontos de saída da capital e o grande desafio é cuidar do esgoto doméstico.
O rio começa ficar sujo depois da estação de tratamento da SABESP, o esgoto é coletado, tratado mas mesmo com esse tratamento, não fica limpo.

5) A mídia divulgou que em 2001/2012, teremos peixes no rio Pinheiros. O que a CETESB tem a dizer quanto a esta notícia? O Sr. já ouviu alguma coisa sobre esse assunto?
No rio Pinheiros além do esgoto cair no rio, temos um grande problema, as fontes difusas, isto é, pessoas que acabam jogando lixo pelas ruas, resíduos na calçada e quando chove, vai tudo para o rio.
Precisamos de uma conscientização das pessoas junto com uma ação do governo e a sociedade tem que se movimentar, não adianta a SOS MATA ATLÂNTICA começar uma campanha se não tiver ajuda da mídia e um trabalho de educação.
Hoje, já podemos ver crianças pedindo para seus pais não jogarem lixo nas ruas, isto já é um começo.

6) Quanto às represas Billings e Guarapiranga, de quem é a responsabilidade pela fiscalização das moradias que estão quase que dentro da água e certamente jogando esgoto direto nos manancias?
As prefeituras não possuem um planejamento e acaba não tendo fiscalização e acaba ocorrendo as invasões, mas também não é só a prefeitura que vai resolver o problema, isso são problemas sociais e econômicos que acabam levando as pessoas pra lugares como esses.

7) O Sr. fala que com todo esse investimento em tratamento e coleta, chegou-se apenas a 1/3 do que se poderia ter sido feito. Para a CETESB, qual é o principal problema para o andamento dessa obra?
Ainda tem muito pra melhorar, não foi um problema de falta de vontade e sim de falta de recursos, esse é um projeto de valor muito alto.
Para abastecer a região metropolitana de São Paulo, a Sabesp busca água de cidades vizinhas e até de Minas Gerais e é um valor muito alto e depois precisa coletar e tratar o esgoto, que também é outro fator que precisa de muito dinheiro.

8) Na 2º fase do projeto existiam 290 indústrias para serem monitoradas entre elas, supermercados e shoppings. Como sabemos isso não foi realizado. O que aconteceu exatamente?
As 290 empresas seriam selecionadas pela SABESP e que preferencialmente seria na região do rio Pinheiros que é o foco principal do projeto.
A SABESP queria colocar no contrato empresas que não são licensiadas pela CETESB para a mesma fazer as avaliações e essas empresas são de difícil caracterização e assim, não chegamos a um consenso.

RAMON VICENTE RUIZ BUSIZ